terça-feira, 20 de julho de 2010

O primeiro capítulo?

Cap. 1

Hoje é o ‘primeiro capítulo’ desse blog, mas está longe de ser o primeiro dessa história que estou para contar.

Muitos de nossos amigos ficam querendo saber o que está acontecendo, como Aline está, como Pedro está. E o blog foi criado justamente para isso. Para dividir nossos sentimentos com vocês.

Chega a ser engraçada a sensação de que a todo momento, 'há um segundo tudo estava em paz'.

Paz. Faz tempo que a gente não sabe o significado dessa palavra.

Podemos dizer que tudo começou numa ultra de rotina, quando ela estava com 29 semanas. ‘Sinto muito, mas seu filho parece ter Nanismo Tanatofórico.’

Nosso pesadelo começou ali, sem saber direito o que aquilo poderia significar pro futuro do Pedro. É engraçado porque quando lembro dessa fase, parece que toda a nossa ingenuidade e tranqüilidade de certa forma deram lugar a uma constante preocupação e tristeza por não saber o que viria a ser. Desde então passamos a viver um dia de cada vez. Buscando, pesquisando, lendo, perguntando. Nada seria cem por cento definido até o nascimento dele. A única coisa certa era de que alguns ossinhos estavam mais curtos do que o normal. E só.

O tempo passou. A barriga cresceu mais.

Em março Aline descobre que está com pedra na vesícula. Passa a se alimentar com uma dieta zero gordura chatona. Principalmente pra gente que adora comer. E comer muito...rs

Frustrações gastronômicas à parte, a gestação prossegue.
Cesária marcada para o dia 26 de maio. Tudo certo. Perinatal, na Barra.

Tudo certo até que...

Acordo numa segunda-feira, 17 de maio, com a casa vazia.

Ligo pro meu pai e ele me atende com uma voz péssima e fala a senha pro meu desespero: sua irmã não está bem. Passou mal de madrugada, foi internada e está correndo risco. Vem pra cá.

- Mas não ia ser semana que vem? É pra eu ir pra Barra?
- Não. Ela está aqui na Clínica São Miguel, em Realengo. Vai fazer a cesária aqui. Agora. Vem logo.

Chego na Clínica. A médica dela apreensiva. Nilsinho não chega a tempo e eu entro no lugar dele, dentro do centro cirúrgico. Pedro nasce primeiro pelo pezinho direito, depois o esquerdo, depois o bumbum. Cabeça que é bom, nada. Demora. Medo. Meu lado maluca já pensando no pior. Médicos meio tensos. Suspense. Até que ele finalmente aparece.

Branquinho. Grande. Lindo. E perfeito.

Tudo corre bem, Aline vai pro quarto. Ele também. O dia todo lambendo aquele corpinho tão esperado.

Quando finalmente consigo chegar em casa, tomar um banho e deitar na minha caminha tão sonhada, o telefone toca. Minha mãe pedindo para eu buscá-la no hospital. Resumindo: Aline iria passar a noite na UTI e Pedro, com o fêmur direito quebrado e o esquerdo fissurado, teria que ser transferido para uma UTI na Tijuca, por falta de vagas.

Mais um capítulo da saga “Há um segundo tudo estava em paz.”
Ali começaria um mês difícil com vários sustos, noites em claro, lágrimas e provações.

O primeiro mês do Pedro.





Um comentário:

  1. Olá, fiquei muito feliz em saber que o Pedro está em casa e lendo o que vc postou...somente agora eu soube do nanismo tanatoforico. Sua irmã não me conhece somente pelo blog que ela deve ler os comentários que deixo.

    Me emociono, pois perdi minha bb Angélica por nanismo tanatofórico... entreguei meu anjo a DEUS.Isso faz 5 meses.

    Só que hj...uma mulher muito doida que sou...está grávida novamente...de 2 meses. hehehhe todos me dizem vc é loucaaaaaaaaaaaa, só que não sou...vou ter meu bb, mesmo sabendo dos riscos q toda e qualquer gravidez tem. Afinal, não havia riscos antes e mesmo assim tive minha bb....minha vida tem altos e baixos...e assim vamos sem perder a FÉ.

    Bom...meu emocional...já não me deixa mais escrever...mas, mande um grande abraço a sua irmã...e diz que Maria continua e sempre estará com seu manto sagrado sobre todos vcs.

    Abraços especias ao vitorioso Pedro.

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